terça-feira, 23 de abril de 2019


Mensagem do Espirito Augusto recebida em 27 de abril de 2013 pelo médium espírita Antonio Pacheco Pereira, colaborador no Centro Espírita Dr. Augusto Militão Pacheco, em São Paulo – Capital, que narra o evento das festividades do Descobrimento do Brasil na Colônia Espiritual Abrigo de Fraternidade Infante D. Henrique, em Portugal e, na Colônia Espiritual do Brasil

Obs 1. Os trechos indicados por (...), é devido ao fato de que foram suprimidos por tratarem de assuntos de foro pessoal do Médium psicógrafo.

Obs. 2. Os manuscritos psicográficos originais estão à disposição para verificação do conteúdo e da integridade do texto.


   
   Que a paz de Deus e de Jesus esteja sempre com vocês irmãos.
   Agradecidos ao alto à Deus, Jesus e nossos irmãos superiores por permitirem mais este sempre esperado intercâmbio que hoje deverá estender-se pouco mais que os costumeiros por mim, e só eu ocuparei o nosso instrumento porque temos muito que relatar-lhes, e que a falta de energia, sem luz, nos veio a calhar com seu pai recolhendo-se ao leito mais cedo, de onde o levantamos em estado sonambúlico.
  Mesmo vocês irmãozinho Marco tendo presenciado tudo, mas como você pediu para novamente recorda-los, muitos dos participantes não teremos tempo de cita-los nominalmente, ativemo-nos como verão aos nossos companheiros de grupo, como as outras centenas deles entre os seus.
  Mas meus irmãozinhos, e nós estávamos longe de nem imaginar as emoções e as grandes alegrias que nós particularmente, mas todos os que haviam integrado o grupo de nossa excursão convidada para irem visitar a colônia européia, e como eu estivera muito ocupado por minhas responsabilidades perante as orientações aos assistentes dos ministérios e dos internos em recuperação nos abrigos hospitalares não havia ainda podido fixar minha atenção em nossos companheiros que preparavam-se e confabulavam entre si sobre o porque desta festa, seria um considerável e heterogêneo de irmãos de nossos relacionamentos mais íntimos por funções interligadas que provocavam encontros em trabalhos em conjunto tanto nas repartições da Colônia quanto a trabalhos de socorro e assistenciais de todo os tipos na crosta e muitos como companheiros nas Colônias diversas.
   Eu como aceitara integrar a comitiva lisonjeado, e pelo motivo de decidir segundo a minha vontade porque fora um convite, não convocação, só me restava aguardar a partida para onde não tinha ainda conhecimento isso porque estamos a seguir confiantes os companheiros responsáveis pelas caravanas e os locais pré-determinados, esse estado de espírito irmãos não é apenas meu, mas de todos os que eu sei e fazem parte de minhas relações, ou seja, de grau evolutivo igual ou superior, não nos perdemos em curiosidades preocupantes em casos que não requeiram esses sentimentos empanantes.
  Portanto quando chegou a hora do deslocamento fomos informados por um dos trabalhadores assistente que deveria preparar-me porque em poucos minutos deveria apresentar-me aos companheiros que já encontravam-se no aguardo dos irmãos responsáveis pela condução nossa até o destino, e desloquei-me rapidamente, porque já havia sido dado os atendimentos e as instruções quando cheguei no local, o belo prédio das Comunicações, fiquei pasmo com a quantidade de irmãos que ali estavam reunidos, e todos mostravam-se alegres, uma luminosidade qual uma cúpula encobria todo o local aí fui chamado pelos irmãos íntimos ou os com os quais mais estamos por afinidades e trabalhos ligados, e saí do estado intrigante que me encontrava e tomei conhecimento de que estava em cima da hora estipulada e autorizada pelo ministério.
   Desta vez deduzi que seria um deslocamento diferente das costumeiras volitações, que como sabem vocês projetamo-nos em vários lugares, até aí em colônias Europeias até se precisando em qualquer parte do mundo, e mais intrigado fiquei quando vi que uma luzidia belonave prateada aproximava-se pairando acima do pátio e que com muita suavidade foi baixando até pousar e logo vi ela abrir uma porta para fora na qual existe uma escada e vi que em filas, já antes organizadas, pois logo os irmãos que estavam enturmados outros em grupos espalhados em conversações rumaram para os seus lugares na formação de filas com muita organização que eu fiquei admirado e pensando que perdera as orientações para tal fim onde e quando integra-la atrapalhado como as vezes fico.
  Foi quando novamente fui chamado por vozes conhecidas e olhei para o lado que provinham e fiquei contente como igual a que se tem quando nos sentimos a paz e relaxamento como o quando adentramos o lar e como estavam apartados e não esboçavam intenção de enfileirarem-se também que eu não iria integrar aquela turma e Deus que me perdoe veio-me ao pensamento como rápido lampejo o que ocorre com os irmãos em seus exílios planetários, só diferenciando o grupo pela alegria e descontração dos que observava desta leva como a que existe nos que vão para mundos superiores, esses que você não quer ir.
   Aproximando-me dos irmãos que haviam me chamado logo vi que esta deveria tratar-se de uma das costumeiras incursões, pensei talvez outra missão diferente em outro lugar, quem sabe, e vamos lá ao trabalho, e fui cumprimentado pelos sorridentes amigos de nosso grupo familiar de várias tarefas, levando-me a pensar que teríamos que agir em qualquer lugar no país, talvez nas capitais paulista, mineira, carioca, ou em qualquer do amado Brasil ou quiçá país, e já junto a eles fui abraçado fraternalmente pelo nosso sorridente, agora com sua bela dentição livre dos antigos dentes, que como dissera o fizera sofrer dores na terra, como dissera a irmã Modesta, e que a chapa o angustiara até ao casamento, o Inácio, seguido após pelo Militão, Herculano, Murtinho, o Deolindo, o Seabra, a Ivone, a Ergolina, e demais enfim todos amigos chegados.
  E o irmão Inácio foi logo dizendo que estavam no aguardo do Arago, que seria o responsável pelo nosso deslocamento ao destino, sendo o Abrigo Infante Dom Henrique, portanto aí, e mal ele disse essas palavras vimos chegando a passos largos baloiçando a bela cabeleira e sorrindo o Arago, acompanhado do irmão Alexandre Herculano, que fez-me pensar imediatamente ser algo de vulto, porque sabemos das grandes responsabilidades e trabalhos que o prendem ao Abrigo, sendo ele como um órgão vital para sua admirável funcionamento junto aos demais companheiros da equipe.
  E novos abraços, pois como aí vocês já esclarecidos sobre esta forma de trocas de energia o fazem e todos vossos companheiros professando cumprimentos, e no espaço quando nos encontramos o fazemos o tal de amplexo e ósculo, e foram momentos de alegria e muita energia, logo o irmão Arago foi nos dizendo que por deliberação do experiente Ministro fora colocada em ação aquele estratagema incomum, aplicado só em algumas vezes, e o próprio Herculano tomando gentilmente as palavras esclareceu-nos que isso fora necessário porque nem todos os convidados possuíam totais condições de efetuarem o deslocamento com facilidades e existiam alguns encarnados que por estarem ligados aos seus corpos físicos teriam o tempo controlado, mas não deixariam de participar do evento preparado e que na nave eles receberiam os conhecimentos pelos aparelhos, acomodados confortavelmente, podendo apreciar suas atividades e importantes ações dos últimos quinhentos e treze anos na Pátria do Cruzeiro, e era portanto uma maneira de aproveitarem o tempo durante a viagem mais lentamente, para dar tempo a apreciações.
Como sempre, foi o Inácio que solicitou a palavra e disse ao irmão que se não embarcássemos também perderíamos esse tal fabuloso espetáculo, e o irmão Herculano que sempre mostra-se sério esboçou um sorriso e explicou que nós não integraríamos a turma de passageiros como os outros tantos, pelo motivo simples que além de conhecermos por vivenciarmos muitos desses episódios venturosos, ainda possuíamos condições de revê-los ao bel-prazer quando o quisermos e quais nos arquivos das Colônias com sons e imagens como várias vezes o fizemos.
   E respondendo antecipando-se, disse que logo que o comandante estivesse pronto com a disciplinada tripulação e pedisse-lhe autorização para partir, nós também rumaríamos para o já nosso conhecido local, como já o fizéramos varias vezes à Colônia na sua Portugal, o Abrigo que sabemos de quase sua total responsabilidade, e acrescentou ainda que faríamos o percurso em muito menos tempo e poderíamos já lá tomarmos conhecimento e apreciar os preparativos que tinha sido tomado para a recepção comemorativa mais este ano, evento esse realizado a dois séculos e meio sempre com todo esse número de irmãos crescendo a cada vez.
  Com efeito vimos que o navegador ou comandante assomando a janela panorâmica indicava estar preparado para a viagem e de pronto nosso irmão acedeu e vimos a nave subir graciosamente alguns metros e depois deslocar-se em ângulo quase vertical sumindo-se em segundos de nossas vistas o que levou o irmão Militão perguntar: Irmão Herculano, com essa velocidade que vai, iremos chegar lá antes deles no Abrigo que dista apenas alguns poucos quilômetros além-mar? E pacientemente o ilustre Ministro respondeu que já havia dito que a viagem deles seria mais longa para o tempo que eles levariam e que após algumas voltas em órbita isso seria suficiente, e então o comandante iria amerissar no local determinado, que o comandante é um espírito de alta elevação acostumado a viagens à vários planetas do sistema galáctico e também um dos incumbidos por nosso Cristo Jesus de conduzir os irmãos que, por suas recalcitrâncias no emprego do livre arbítrio, esgotaram seus tempos e oportunidades de reforma em seus planetas, como já daqui da Terra também são levados à planetas inferiores com exílios aflitivos, como também os que são alçados aos mundos mais felizes, essas são as missões desse nosso querido irmão no cumprimento da Lei Divina, como todos nós sabemos pelos ensinos do Mestre e que nos cabe acatar e divulgar incessantemente no afã de alerta e esclarecimentos.
  Eu voltei a relembrar o que pensara sobre o exílio desses irmãos infelizes, nisso Herculano e Arago olharam-se significativamente e colocando-se um a cada lado de nosso grupo acrescido de outros irmãos que chamaram, levantaram as mãos e como que uma faísca partindo das mãos do venerável irmão Herculano, ligaram-se as de Arago e sentimo-nos envolvidos por uma grande energia magnetizante, e pudemos observar como que um campo de força com coloração azulada ténue a uns dois metros por todos os lados como uma metade de bolha de sabão que as crianças sempre brincam, e eu como os demais confirmaram depois, senti como um tipo de vertigem, dessa sensação que se sente quando não acostumados a bordo de um elevador de edifício, sabe como é, não irmãos? Mas que durou apenas uma pequena fração de segundos, uns cinco talvez, eu fechara por reflexo meus olhos e quando senti meus pés em solo, abrindo-os vi que estávamos do mesmo modo agrupados, mas que também o ambiente modificara-se significativamente.
   Encontrávamo-nos em um grande átrio repleto de grupos de pessoas ou espíritos, e que intrigantemente trajados, e em um relance de olhar percebi que parecia-nos estar em uma espécie de evento internacional de uma época remota, muitos como fidalgos, damas, e outros trajes de época menos ou mais refinados, de alguns relembrando as festas em salões da realezas apenas sem as velas no local ou os candelabros e castiçais, outros com seus fatos completos, coletes, cartolas e tal um ambiente refinado, fino, (…) e foi quando a voz do Herculano tirou-me do devaneio em que me encontrava, dizendo que como já chegáramos ele iria tomar algumas providencias necessárias, e que Arago ficaria em nossa companhia, e com elegante reverencia sumiu de nossas vistas, e uma música angelical fazia-se ouvir como transmitida por invisíveis alto falantes pelo espaço.
   O irmão Arago meneando os cabelos de olhos fechados disse que aguardássemos que logo chegariam os irmãos que mais estritamente estavam ligados aos nossos últimos trabalhos na Terra, e foi o que logo após sua informação, que todos nós experimentamos por minha ótica, inenarrável sensação de bocabertice, ante nossos olhos começaram a aparecer, caminhando sorridentes encabeçando a turma abrindo espaço entre as centenas de irmãos entretidos em grupo confabulando, e é por isso que eu preciso estender-me nesta novela, nada mais nem menos que o nosso diretor espiritual Dr. Bezerra de Menezes, impecavelmente trajado e sua venerável presença com seus olhos azulinos brilhantes sobressaiam sobre a barba esbranquiçada em seu afável rosto sorridente, (…) e eu relembrando toda a última nossas encarnações levando-me a pensar em o que mais nos aguardava, já que como vocês sabem em acordo ético milenar os espíritos não vasculham as mentes dos outros a cata de informações nas colônias, só se estiverem abertos entre si para tal em casos especiais, mas só os espíritos superiores tem acesso a qualquer momento que quiserem por algum motivo necessário, temos por isso privacidade relativa em nossos pensamentos íntimos, mas telepaticamente podemos estabelecer comunicação entre nós tal como sendo um canal aberto tentamos o contato, e se assimilado e aceito estabelece-se a comunicação entre os de nosso nível e até diálogos entre encarnados também ou de plano a outro, é o psicapa[1] conhecido na terra mas os encarnados não possuem esse sistema de proteção ética mental, por isso o caso de facilmente serem envolvidos em obsessões.
   Uma senhora apareceu abraçando o Herculano pelas costas dando uma piscadela para nós, era a Heloísa, sua filha, que depois o abraçou, beijou e fez o mesmo com seu avô e seu pai, que estava entre eles todos felizes, (…).
   Foi quando soou no ar um som como o de um gongo metálico provocando silêncio geral, mas sentimos as vibrações do som que se calava em nossos peitos e uma voz fez-se ouvir dizendo que iria ser dado início as comemorações, mas eu não notara nenhum palco ou tribuna, mas em um lado do enorme espaço quase todo ocupado, uma luz clara como que gerada em um todo, sem que se pudesse avistar holofotes, mas mantinha-se apenas naquele espaço, eu nunca vira nada igual que me recorde, e na altura de uns cinco metros surgiu quatro irmãos dentre eles o Alexandre Herculano, que em voz pausada que chegava a todos os lugares, por como alto-falantes invisíveis, e cumprimentou à todos em nome do Pai e Jesus, e disse que todos os presentes poderiam entender o que seria dito em suas línguas e idiomas atuais, porque companheiros providenciariam isso, e que muitos dos presentes estiveram ou estão ainda envolvidos nos episódios que originaram mais esta comemoração em homenagens feitas a gloriosa nação da Pátria do Evangelho, e que alegra Deus e Jesus abençoando a da Terra também, que por muito tempo foi comemorada erroneamente a primeiro de maio, e que pela insistência do Plano mudaram para a verdadeira sempre aqui comemorada igualar.    
   Ficou em silêncio por algum tempo, em que eu pus-me a observar que eles não pisavam em solo visível, era como se pairassem no ar, mas comportavam-se ao andar como se pisassem de fato em um piso, foi quando como que materializou-se um jovem apresentando vestimenta completa de um nobre da realeza, talvez algum rei, pensei, não o conhecia, e o irmão Herculano foi ao seu encontro e beijou-lhe a mão com reverência, voltando-se para a plateia anunciou que ali, mais esse ano estava o maior responsável e incumbido por Jesus de tornar possível a implantação de Seus ensinos Além-Mar, criando no espaço a conhecida Escola de Sagres, o amado Infante D. Henrique.
  A emoção mais uma vez dominou-me, veja irmãozinho Marco, eu estou somente referindo-me as minhas sensações e pensamentos, sem dúvida nenhuma sabia passar-se o mesmo com todos, isso foi-me confirmado depois por todos vocês, mas o simpático Infante levantando os braços cumprimentou-nos e disse que todos soubessem, mais uma vez, diria que a terra escolhida já havia sido visitada pelos missionários de Jesus, pelo bravo Dom Duarte Pacheco preparado desde mil quatrocentos e noventa e quatro aportando anos depois nas terras hoje Maranhense, e depois a justamente em mil e quinhentos, comemorando portanto nesta data seus quinhentos e treze anos, e disse que muito tínhamos que reverenciar os vultos que tornaram essas conquistas possíveis com muito trabalho, sacrifício e amor, e que iriam vários desfilar sobre o reverbero daquele palco diáfano, e que por suas dedicações tornaram tudo realidade para alegria de Jesus junto ao Pai e sua própria satisfação, por completar aquela missão que até hoje vai completando-se, disse que como percebêramos, todos ou a maioria trajava-se da maneira como costumavam no tempo de suas atuações mais perenptoriamente na formação do País, salvaguardando-se alguns dos presentes dentre os quais já pensava enquadrar-nos por qualquer motivo, não sabia.
   Colocou as mãos sobre o peito e proferiu uma linda e sentida prece ao Pai em agradecimento e Jesus, acompanhado de uma sinfonia maravilhosa, e após um tempo de reflexão disse: Após a descoberta foram enviados como sabem muitos irmãos como missionários! E a um gesto seu foram aparecendo, saídos de porta invisível, parecendo materializarem-se ao sair em fila, todos trajando roupas como disse da época Navegantes, fidalgos, padres, damas, e ao sair personagens cada um sendo abraçado recebendo um mimo que não tínhamos condição de saber o que seria, eu como ainda conservo o senso de curiosidade pensei o que seria, e depois que aqueles foram desaparecendo aplaudidos por outra porta invisível sumindo após de nossa intrigada vista, outros foram saindo sempre lentamente, indo acercar-se ao sorridente Infante que os abraçava e dizia qualquer coisa inaudível a nós e eu. Entre os vários sacerdotes quando abraçados pude identificar Nóbrega e Anchieta entre os vários, e indicava a porta por onde saíam, cobertos apenas por algumas penas um grupo de uns dez índios, entre os quais destacava-se um alto e hercúleo, o bem conhecido Tibiriça outro tanto de índias igualmente abraçadas pelo Infante e os demais e pelo Herculano, todos da comissão também com seus mimos após eles outros grupos de fidalgos, damas e negros e negras com vestimentas, elas vestidos e eles calças e camisas com seus sorrisos, onde sobressaiam alvas dentições, todos calorosamente recebidos da mesma maneira, e como os demais, seus feitos relatados e aplaudidos por todos os assistentes muito atentos em silêncio.
   Novos grupos eram aguardados quando Herculano, irmãozinho (…) veja que estou referindo-me nesta narrativa pelo primeiro nome, mas com todo o respeito e deferência que merece, assim ele disse após um colóquio com o Infante que o próprio iria tomar a palavra nesta homenagem, mais esta vez neste ano, o que deduzi novamente que já houvera outros nos ditos dois séculos e meio que eu não presenciara ou olvidara, mas conferiria isso logo-logo, ficamos no aguardo, o Nobre Infante adiantou-se e começou a peroração.
Dizendo que de fato todos esses irmãos que haviam sido justamente homenageados nesta data, dia de muita importância ante os desígnios de Deus para implantação definitiva da Nação Brasileira como Pátria do Evangelho de Jesus planificada no espaço, e que Jesus lhe fornecera os missionários e condições para que ele e seus assessores pudessem chegar às terras abençoadas, e que todos os que tínhamos visto homenageados foram os que prepararam as condições para que viessem os sucessores que dariam as condições de expandir e fazer o progresso material e espiritual do país.
   E que isso já começara efetivamente a tomar corpo em 1786, preocupando os espanhóis e portugueses, a revolução francesa atingindo o ápice e a grande responsável por propiciar as futuras decisões foi a rainha Dona Maria primeira, e dizendo isso apareceu uma grande imagem como escultura grande sobre a cabeça deles de uma senhora, era a da mencionada rainha, e nos pareceu bonita e seria tal a perfeição parecia até piscar e poder falar, ele continuou a falar depois de mirar a aparição que se esvaia, ele continuou a falar que ela por suas faculdades e a sua posição espiritual participava na época das reuniões no espaço, e sabia antecipadamente acordada do que viria fatalmente ocorrer com o desfecho espiritual de Napoleão por deixar-se envolver lamentavelmente com as forças trevosas, e essas preocupações a desequilibraram psiquicamente de tal maneira que passava a falar e agir de modo que a responsabilidade de seguir o destino como regente do trono português e muito trabalho para salvar seu império colonial com a Inglaterra e França em lutas com Bonaparte ensandecido pelo poder punha os pés pelas mãos, culminando que como ela sabia por ordenar a Junot que só lhe restava obedecer ordens que invadisse Portugal, e o que veio a abreviar a ocupação pela corte com todos os escolhidos acrescido de outros tantos temerosos mais qualificados, que embarcados em vinte e seis barcos com tudo o que puderam levar saíram com o apoio naval inglês as pressas, isso em novembro de 1807 mas dividiu-se as esquadras por uma tempestade, o que atrasou por quatro meses para que Dom João chegasse ao seu real destino por aportar na Bahia, mas por fim chegou ao destino aos 7 de março de 1808 ao Rio de Janeiro, e dando início a programação de promover o Reino Unido a Portugal e Algarves com todas as instituições, e começaram a aparecer aos nossos olhares vários personagens sucedendo-se um após outro em poucos segundos, denominados cada qual homens e mulheres dos que mais se destacaram na formação por eles do Brasil como nação, passando pelo período de reino até sua volta ao local de onde ele, Dom João saíra, a sua hoje irmãozinho sua acolhedora Lisboa, após quatorze anos de profícuo trabalho na terra que de coração aprendera a amar, com uma certeza íntima de que seria uma grande nação, indo cumprir com seus deveres e deixando o filho e, daí a frente tudo já estava consumado ante os desígnios do Alto há exatos cento e noventa e dois anos passados, e voltando ele com grande aclamação de reconhecimento pelo povo em janeiro de 1822 para a pátria mãe, para cá Portugal, ficamos todos sensibilizados pelo exposto e disse: Dessa maneira como todos puderam ver ou rever alguns, todos vocês presentes hoje aqui fizeram ou fazem parte ainda deste movimento para a cristianização pura desta terra, e poderão reconhecer entre vocês pelo tempo que disponham alguns dos antigos e atuais colaboradores para o grande trabalho de engrandecimento e pureza do Evangelho de Jesus na homenageada Pátria do Evangelho, o Coração do Mundo, engajados nesta luta temos contra as trevas irmãos queridos soldados guerreiros a serviço das hostes fiéis ao Onipotente e irmãos os nossos corações enchem-se de júbilo pelo que já todos vocês fizeram estão fazendo e farão ainda para continuidade dessa batalha tantos nessa nação abençoada como pelo mundo a fora, vejam que grandes espíritos missionários levaram as condições de Cultura e fazem com que o progresso pudesse se fazer uma realidade até aqui, e pelo que está reservado pela Vontade do Pai Eterno os dias vindouros trarão em todas as áreas que possam tornar o país em verdadeira grande nação estão em curso, e dias radiosos deverão atingir o nosso Brasil dando a todos vocês, e que virão condições de poderem desenvolver com mais facilidades as vossas tarefas em todas as situações, é o que importa-as para Deus sempre ligados ao desvelo de Jesus orientando-os e protegendo-os com suas falanges amorosas e confiante em todos.
   Irmãos nestes instantes que passaram, todos puderam ver desfilando ante nossos olhos e ouvirem o que estes irmãos puderam fazer no passado lavrando, semeando e preparando o solo no passado e ainda no presente reencarnados, e como vocês o estão e estarão aproveitando para a continuidade da semeadura e a colheita pela vossa dedicação será farta, temos certeza disso, todas essas facetas desta comemoração estão carinhosamente gravadas e as que continuarão e agora preparem-se para receberem a bênção de Deus que será espargida pelo escolhido do Alto como protetor do País do Evangelho.
   E Marco Irmãozinho querido, depois destas palavras do glorioso Infante eu como todos confirmaram depois, senti uma energia tão grande que levou-me a como tiritar, enquanto as lágrimas rolavam pela minha e dos demais faces, eu pensando que está seria a reação do referido espargimento, mas caiu-me o queixo quando vi uma luz diferente envolver Dom Henrique e os demais ao seu lado muitos dos quais você reconheceu e nomeou também antecipando-se, e uma forma iluminada apareceu irradiando luz, e era o nosso Protetor de fato, Ismael, que elevou-se pouco mais adiantando-se e, irmãos, confesso que até aquele momento Ismael era para mim uma forma para pensarmos e repetir ser o protetor espiritual do Brasil, e como Deus e Jesus inalcançável, mudou no ato a minha consideração,  e ele principiou dizendo assim:
   Irmãos trago-vos as bênçãos de Deus todo-poderoso nosso Pai e de Jesus, o Mestre, que confiam agradecidos pelos vossos esforços, todos vocês aqui presentes só os estão por fazerem jus e méritos, sendo selecionados para essas missões no decurso do tempo venceram os obstáculos, não esmoreceram, estando sempre preparados para as lutas vindouras para a Gloria Divina, irmãos estaremos sempre do vosso lado em qualquer momento e nos difíceis que se lhes surgirem podem como fazem com pedidos aos vossos anjos da Guarda recorrerem também à nós, que os socorreremos obedecendo a justiça de Deus, e sendo possível obterão satisfatoriamente as solicitações porque vocês fazem parte dos trabalhos na terra que somos os responsáveis perante o Pai recebam as bênçãos Dele e Jesus agora e sempre.
   Levantou as mãos e baixou-as sobre a grande plateia, e raios de luz tristaram por todos os lados, e eu senti como uma sensação de tranquilidade e paz tirando-me daquela tremedeira involuntária, mas as lágrimas não interromperam o jorro pela emoção e também após esses instantes sua figura diluiu-se no ar.
   Foi ai que mais um fato de relevante importância para nós todos ocorreu, todos os que lá estavam sob nossos olhares algo mais nos emocionou, isso se houvesse mais espaço para emoções, ao irem cumprimentar Herculano e Dom Henrique eles ergueram os braços sobre si e eles, e Kardec que surgira ante eles ao lado de Bezerra a um gesto de Herculano começou a transfigurar-se mudando o visual, e o que aconteceu foi surgir no lugar do corpo do elegante Allan Kardec o nosso Chico Xavier da maneira que o conhecemos com paletó, camisa, sem gravata como sempre, e um boné de cor bege incomum, mais jovem que ao desencarnar, com seu sorriso afável cumprimentou como se já não o fizera novamente os companheiros e virando-se para a plateia acenou para todos os lugares e lados, e uma calorosa salva de palmas partiu de todos nós e demais presentes.
   O irmão Herculano disse que estava encerrada as comemorações ao Brasil, e que o acompanhássemos na prece que também foi linda e rápida, oferecida à Deus, Jesus, e que abençoassem a todos nós e aos formadores, e depois dirigindo-se a nós todos disse que poderíamos voltar aos grupos e os que pudessem ou quisessem fossem aos jardins onde seriam servidos acepipes e bebidas ao gosto de cada um, embora ainda todos estivessem muito sensibilizados com tudo o que haviam testemunhado. Palmas e vivas encheram o espaço.
   Em um piscar de olhos nos vimos reunidos no iluminado espaço ajardinado, transportados como todos sem aquela demora de sair-se após apresentação de um espetáculo à procura das portas, (…).
    Aproximando-se o Inácio disse: (…) estava falando lá com eles que não vai faltar o belo vinho, bebida que até Jesus providenciará quando faltara, e sempre o melhor, não é? Nós nos rimos (…) concordou, e eu disse que depois de tudo que assistíramos eu acharia até mesmo um vinho zurrapa como o melhor do mundo, e ao sermos servidos gentilmente podemos ver que os acepipes referidos eram uma delícia ao paladar, eles desfaziam-se na boca. Agrupamo-nos para melhor trocar nossas impressões, foi quando vimos aproximar-se (…) Arago, Erasto Flammarion, Fernando, Augusto e vieram alegres nos cumprimentar novamente, dizendo os três que teriam que voltar aos seus compromissos, mas que nos preparássemos para recebermos outros irmãos que queriam nos cumprimentar, aproveitando a ocasião, (…).
    De fato primeiro chega um elegante e sério homem, espírito sim, (…),  eu não reconheci, foi Murtinho que nos disse tratar-se de um grande missionário de Jesus que muito havia auxiliado Dom Pedro com suas ações a expandir o país até o fim triste de sua existência, com mais de 20 grandes empreendimentos que atingiram não só o Brasil mas ligações em vários países até nos transportes daqui de Lisboa, e o que na encarnação no Brasil foi conhecido como o grande Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, (…) e vimos que tinham vivas em suas memórias aquele aparente introspecto cavaleiro, mas logo vimos que sorria afável e com uma semelhança fisionômica a de Herculano, confirmada a impressão por vocês a ouvir-me, e a Modesta disse que bonito mesmo era Dom Henrique, ao que acedeu sorrindo e piscando a Ivone (…), e meus irmãozinhos embora espíritos somos humanos, (…).
   E nós que ouvíamos nos sentimos contentes com essas colocações e saboreando os quitutes e o excelente vinho ouvimos o Inácio que erguendo para nós seu cálice, disse que só faltava para ele como complemento a sua cadeira, a Mimi com a sua ninhada, e seus cigarrinhos. Estávamos rindo quando chegaram-se a nós surpreendendo-nos o Tibiriçá com todos os irmãos Villas-Bôas, Orlando, Cláudio, Leonardo e Álvaro. Cumprimentaram-nos e disseram que iriam voltar para a Colônia brasileira onde estavam em festa também a Aldeia e seus ocupantes e esperavam que também nós os acompanhássemos. O Inácio desgarrou-se da conversa que entretinha ao lado e veio alegre dizendo que mais esse prêmio não perderia nunca, e que por favor concordássemos, e eu que como os outros não esperava por isso aguardei o que seria decidido, e o Cláudio que ficara perto de nós enquanto Orlando e Tibiriçá cumprimentavam os demais (…) disse que só aguardariam a chegada de Arago que nos iria conduzir. Incontinente rumamos para a companhia dos outros que já sabiam.
   (…) Ouvimos vozes dizendo “eles vem vindo, estão chegando”, e com efeito eram o Arago, O Murtinho, o Seabra e a Heloísa que chegavam, e já indo todos para despedirem-se (…), e irmão, despedida é sempre despedida, (…), depois nos despedimos e fomos ante os acenos de ambos os grupos todos demonstrando muita alegria para perto do Arago. Unimo-nos e de mãos dadas quando Arago levantou as mãos novamente e num novo piscar de olhos já nos sentimos em solo firme, e ante meus olhos esbugalhados havia uma grande quantidade de indígenas, todos pintados e emplumados que dançavam pisando o solo em ritmo, intercalados homens e jovens índias abraçados pela cintura iam para os lados em círculo a pouca distância, como a dança do kuarup. Um bando de curumins, também misto, imitavam afastados os adultos, enquanto ficávamos estáticos admirando o espetáculo, os Villas-Boas caminhavam até Tibiriçá que abraçava um outro índio, que o Inácio disse-nos ser Caiubi e foi para junto deles. Nisso um pequeno curumim veio correndo e pulou familiarmente no colo do Inácio, atarracando-se ao seu pescoço e foi coberto de beijos, e o pequeno dando gritinhos de felicidades, e a Modesta nos disse que aquele pequeno era afilhado do Inácio, que acompanhara sua gestação deixando-me intrigado das várias saídas deles vezes por outra, dizendo que iria ver os animais e elementares, e isso era de seu feitio ir atrás de gatos e observar tudo que podia no descanso.
   A dança continuava com tambores trompas enormes chocalhos e som dos pesados instrumentos e os cantos. Atendemos o chamado de Tibiriçá e fomos em direção a uma grande Óca que destacava-se em tamanho das demais, e Inácio com o pequeno ainda atarracado em seu pescoço feliz. Arago então disse que voltaria a colônia mas desejava muitas felicidades a todos, que Deus e Jesus derramassem suas bênçãos sobre todos sempre, e por fim os tambores e todos pararam a música e os índios dispersaram-se em ordem, os homens para um lado e as mulheres outro, como duas fileiras, e vieram cercar-nos sorridentes e acanhados, como as crianças caipiras simples.
Arago com gestos abençoou a todos que se arrojaram ao solo, cujo gesto coletivo fez com que os pequenos os imitassem e o pequeno soltasse do pescoço do Inácio, também jogando-se junto aos outros pequenos. Arago despediu-se novamente de nós e desapareceu no ar provocando um “U” prolongado de todos os índios, depois seguiram até um lugar que estavam três padres Jesuítas, e falavam alguma coisa apontando para nós.
Orlando disse que quando saíra com o grupo a festa já começara na taba, e fomos nos acomodar nos bancos. O Inácio mais familiarizado foi sentar-se em um tamborete, e logo foi assediado por um casal ao qual abraçou e beijou, e a jovem pegou outros dois tamboretes colocando-os próximos a ele, e puseram-se a conversar gesticulando o casal. Eu só observava, e perguntei a Modesta onde estava a Ivone e a Heloísa, ela disse que tinham saído apressadas porque a Heloísa precisava voltar ao corpo na terra sem tempo para despedidas, compreensivelmente, porque nós estávamos, como se diz, em casa mas também tínhamos que voltar às nossas tarefas nos Ministérios.
   Fomos para junto de Tibiriçá que nos chamava e várias jovens já traziam cuias com bebidas e travessas bem talhadas com alimentos, o banquete também ali tivera o início. Também eu servir-me e para minha admiração vi que o líquido lembrava a um saboroso licor que me fez muito bem. Fui chamando a atenção pelo Militão para olhar para Oca maior, e logo vi o que ele queria mostrar, o Inácio estava com um enorme cachimbo na boca junto a outros indígenas e soltava grandes baforadas de fumaça, quando eu cheguei próximo ele sorrindo foi dizendo: “ei pessoal vejam que maravilhoso, agora tudo está completo, lá na Europa eu lamentei a só falta de uma palhinha, e aqui na nossa terra Brasilis, na sua origem, tenho este cachimbo de Pajé cheio de erva, mas quem não tem cão caça com gato, como dizem em Minas. Eta dia comprido, não é mesmo”? E pôs-se a rir e a tossir. “Epa, olha que o fumo é forte hein! Eta ervinha brava seo! E riu-se e nós também. Em volta era uma prosa só, com risos comilança e beberança. Estavam esses irmãozinhos preparando-se para encarnações em aldeias na terra, supervisionados por Tibiriçá e suas equipes, e até os Villas- Boas, para várias tribos que ainda resistem nas florestas terrestre, que nem a quinhentos e treze anos atrás, assemelhavam-se a esta beleza de mata que estes estão vivendo, mas nem mesmo as nossas cidades na terra tem tanta beleza arquitetônica como as daqui do espaço, as daí então heim?
   Mas queridos irmãozinhos extinguiu-se o tempo que me foi concedido para ocupar o aparelho, ao qual somos imensamente gratos. Muitas coisas tive que omitir e muito temos para relatar, mas fica para outra ocasião se Deus nos der a permissão.
Que Deus abençoe o Brasil querido, Jesus o ampare em sua missão e à todos vocês irmãos queridos.
    Fiquem sempre em paz, um abraço à todos, deste sempre irmão

Augusto            





Transcritor. 
Prof. Dr. Marco A. Stanojev Pereira, Ph.D.             


[1] Nas habilidades mentais estudadas pela Parapsicologia, estão incluídas dentro dos estudos o: “Psicapa” e “Psiteta”. O primeiro tem a ver com todas as habilidades relacionadas ao mundo físico, fisiológico e com o envolvimento da mente sobre a matéria, por exemplo as habilidades de Psicocinesia e Telecinesia. O segundo caso (Psiteta) tem a ver com a Clarividência. Nota do transcritor