Mensagem
do Espirito Augusto recebida em 27 de abril de 2013 pelo médium espírita
Antonio Pacheco Pereira, colaborador no Centro Espírita Dr. Augusto Militão
Pacheco, em São Paulo – Capital, que narra o evento das festividades do
Descobrimento do Brasil na Colônia Espiritual Abrigo de Fraternidade Infante D.
Henrique, em Portugal e, na Colônia Espiritual do Brasil
Obs
1. Os trechos indicados por (...), é devido ao fato de que foram suprimidos por
tratarem de assuntos de foro pessoal do Médium psicógrafo.
Obs. 2. Os manuscritos psicográficos originais estão à disposição para verificação do conteúdo e da integridade do texto.
Que
a paz de Deus e de Jesus esteja sempre com vocês irmãos.
Agradecidos
ao alto à Deus, Jesus e nossos irmãos superiores por permitirem mais este
sempre esperado intercâmbio que hoje deverá estender-se pouco mais que os
costumeiros por mim, e só eu ocuparei o nosso instrumento porque temos muito
que relatar-lhes, e que a falta de energia, sem luz, nos veio a calhar com seu
pai recolhendo-se ao leito mais cedo, de onde o levantamos em estado
sonambúlico.
Mesmo
vocês irmãozinho Marco tendo presenciado tudo, mas como você pediu para
novamente recorda-los, muitos dos participantes não teremos tempo de cita-los
nominalmente, ativemo-nos como verão aos nossos companheiros de grupo, como as
outras centenas deles entre os seus.
Mas
meus irmãozinhos, e nós estávamos longe de nem imaginar as emoções e as grandes
alegrias que nós particularmente, mas todos os que haviam integrado o grupo de
nossa excursão convidada para irem visitar a colônia européia, e como eu
estivera muito ocupado por minhas responsabilidades perante as orientações aos
assistentes dos ministérios e dos internos em recuperação nos abrigos
hospitalares não havia ainda podido fixar minha atenção em nossos companheiros
que preparavam-se e confabulavam entre si sobre o porque desta festa, seria um
considerável e heterogêneo de irmãos de nossos relacionamentos mais íntimos por
funções interligadas que provocavam encontros em trabalhos em conjunto tanto
nas repartições da Colônia quanto a trabalhos de socorro e assistenciais de
todo os tipos na crosta e muitos como companheiros nas Colônias diversas.
Eu
como aceitara integrar a comitiva lisonjeado, e pelo motivo de decidir segundo
a minha vontade porque fora um convite, não convocação, só me restava aguardar
a partida para onde não tinha ainda conhecimento isso porque estamos a seguir
confiantes os companheiros responsáveis pelas caravanas e os locais pré-determinados,
esse estado de espírito irmãos não é apenas meu, mas de todos os que eu sei e
fazem parte de minhas relações, ou seja, de grau evolutivo igual ou superior,
não nos perdemos em curiosidades preocupantes em casos que não requeiram esses
sentimentos empanantes.
Portanto quando chegou a hora do deslocamento
fomos informados por um dos trabalhadores assistente que deveria preparar-me
porque em poucos minutos deveria apresentar-me aos companheiros que já
encontravam-se no aguardo dos irmãos responsáveis pela condução nossa até o
destino, e desloquei-me rapidamente, porque já havia sido dado os atendimentos
e as instruções quando cheguei no local, o belo prédio das Comunicações, fiquei
pasmo com a quantidade de irmãos que ali estavam reunidos, e todos mostravam-se
alegres, uma luminosidade qual uma cúpula encobria todo o local aí fui chamado
pelos irmãos íntimos ou os com os quais mais estamos por afinidades e trabalhos
ligados, e saí do estado intrigante que me encontrava e tomei conhecimento de
que estava em cima da hora estipulada e autorizada pelo ministério.
Desta
vez deduzi que seria um deslocamento diferente das costumeiras volitações, que
como sabem vocês projetamo-nos em vários lugares, até aí em colônias Europeias até
se precisando em qualquer parte do mundo, e mais intrigado fiquei quando vi que
uma luzidia belonave prateada aproximava-se pairando acima do pátio e que com
muita suavidade foi baixando até pousar e logo vi ela abrir uma porta para fora
na qual existe uma escada e vi que em filas, já antes organizadas, pois logo os
irmãos que estavam enturmados outros em grupos espalhados em conversações
rumaram para os seus lugares na formação de filas com muita organização que eu
fiquei admirado e pensando que perdera as orientações para tal fim onde e
quando integra-la atrapalhado como as vezes fico.
Foi
quando novamente fui chamado por vozes conhecidas e olhei para o lado que
provinham e fiquei contente como igual a que se tem quando nos sentimos a paz e
relaxamento como o quando adentramos o lar e como estavam apartados e não
esboçavam intenção de enfileirarem-se também que eu não iria integrar aquela
turma e Deus que me perdoe veio-me ao pensamento como rápido lampejo o que
ocorre com os irmãos em seus exílios planetários, só diferenciando o grupo pela
alegria e descontração dos que observava desta leva como a que existe nos que
vão para mundos superiores, esses que você não quer ir.
Aproximando-me
dos irmãos que haviam me chamado logo vi que esta deveria tratar-se de uma das
costumeiras incursões, pensei talvez outra missão diferente em outro lugar,
quem sabe, e vamos lá ao trabalho, e fui cumprimentado pelos sorridentes amigos
de nosso grupo familiar de várias tarefas, levando-me a pensar que teríamos que
agir em qualquer lugar no país, talvez nas capitais paulista, mineira, carioca,
ou em qualquer do amado Brasil ou quiçá país, e já junto a eles fui abraçado
fraternalmente pelo nosso sorridente, agora com sua bela dentição livre dos
antigos dentes, que como dissera o fizera sofrer dores na terra, como dissera a
irmã Modesta, e que a chapa o angustiara até ao casamento, o Inácio, seguido
após pelo Militão, Herculano, Murtinho, o Deolindo, o Seabra, a Ivone, a
Ergolina, e demais enfim todos amigos chegados.
E
o irmão Inácio foi logo dizendo que estavam no aguardo do Arago, que seria o
responsável pelo nosso deslocamento ao destino, sendo o Abrigo Infante Dom
Henrique, portanto aí, e mal ele disse essas palavras vimos chegando a passos
largos baloiçando a bela cabeleira e sorrindo o Arago, acompanhado do irmão
Alexandre Herculano, que fez-me pensar imediatamente ser algo de vulto, porque
sabemos das grandes responsabilidades e trabalhos que o prendem ao Abrigo,
sendo ele como um órgão vital para sua admirável funcionamento junto aos demais
companheiros da equipe.
E
novos abraços, pois como aí vocês já esclarecidos sobre esta forma de trocas de
energia o fazem e todos vossos companheiros professando cumprimentos, e no
espaço quando nos encontramos o fazemos o tal de amplexo e ósculo, e foram
momentos de alegria e muita energia, logo o irmão Arago foi nos dizendo que por
deliberação do experiente Ministro fora colocada em ação aquele estratagema
incomum, aplicado só em algumas vezes, e o próprio Herculano tomando
gentilmente as palavras esclareceu-nos que isso fora necessário porque nem
todos os convidados possuíam totais condições de efetuarem o deslocamento com
facilidades e existiam alguns encarnados que por estarem ligados aos seus
corpos físicos teriam o tempo controlado, mas não deixariam de participar do
evento preparado e que na nave eles receberiam os conhecimentos pelos aparelhos,
acomodados confortavelmente, podendo apreciar suas atividades e importantes
ações dos últimos quinhentos e treze anos na Pátria do Cruzeiro, e era portanto
uma maneira de aproveitarem o tempo durante a viagem mais lentamente, para dar
tempo a apreciações.
Como
sempre, foi o Inácio que solicitou a palavra e disse ao irmão que se não
embarcássemos também perderíamos esse tal fabuloso espetáculo, e o irmão
Herculano que sempre mostra-se sério esboçou um sorriso e explicou que nós não
integraríamos a turma de passageiros como os outros tantos, pelo motivo simples
que além de conhecermos por vivenciarmos muitos desses episódios venturosos,
ainda possuíamos condições de revê-los ao bel-prazer quando o quisermos e quais
nos arquivos das Colônias com sons e imagens como várias vezes o fizemos.
E
respondendo antecipando-se, disse que logo que o comandante estivesse pronto
com a disciplinada tripulação e pedisse-lhe autorização para partir, nós também
rumaríamos para o já nosso conhecido local, como já o fizéramos varias vezes à
Colônia na sua Portugal, o Abrigo que sabemos de quase sua total
responsabilidade, e acrescentou ainda que faríamos o percurso em muito menos
tempo e poderíamos já lá tomarmos conhecimento e apreciar os preparativos que
tinha sido tomado para a recepção comemorativa mais este ano, evento esse
realizado a dois séculos e meio sempre com todo esse número de irmãos crescendo
a cada vez.
Com
efeito vimos que o navegador ou comandante assomando a janela panorâmica
indicava estar preparado para a viagem e de pronto nosso irmão acedeu e vimos a
nave subir graciosamente alguns metros e depois deslocar-se em ângulo quase
vertical sumindo-se em segundos de nossas vistas o que levou o irmão Militão
perguntar: Irmão Herculano, com essa velocidade que vai, iremos chegar lá antes
deles no Abrigo que dista apenas alguns poucos quilômetros além-mar? E
pacientemente o ilustre Ministro respondeu que já havia dito que a viagem deles
seria mais longa para o tempo que eles levariam e que após algumas voltas em
órbita isso seria suficiente, e então o comandante iria amerissar no local determinado, que o comandante é um espírito
de alta elevação acostumado a viagens à vários planetas do sistema galáctico e
também um dos incumbidos por nosso Cristo Jesus de conduzir os irmãos que, por
suas recalcitrâncias no emprego do livre arbítrio, esgotaram seus tempos e
oportunidades de reforma em seus planetas, como já daqui da Terra também são
levados à planetas inferiores com exílios aflitivos, como também os que são
alçados aos mundos mais felizes, essas são as missões desse nosso querido irmão
no cumprimento da Lei Divina, como todos nós sabemos pelos ensinos do Mestre e
que nos cabe acatar e divulgar incessantemente no afã de alerta e
esclarecimentos.
Eu
voltei a relembrar o que pensara sobre o exílio desses irmãos infelizes, nisso
Herculano e Arago olharam-se significativamente e colocando-se um a cada lado
de nosso grupo acrescido de outros irmãos que chamaram, levantaram as mãos e
como que uma faísca partindo das mãos do venerável irmão Herculano, ligaram-se
as de Arago e sentimo-nos envolvidos por uma grande energia magnetizante, e
pudemos observar como que um campo de força com coloração azulada ténue a uns
dois metros por todos os lados como uma metade de bolha de sabão que as
crianças sempre brincam, e eu como os demais confirmaram depois, senti como um
tipo de vertigem, dessa sensação que se sente quando não acostumados a bordo de
um elevador de edifício, sabe como é, não irmãos? Mas que durou apenas uma
pequena fração de segundos, uns cinco talvez, eu fechara por reflexo meus olhos
e quando senti meus pés em solo, abrindo-os vi que estávamos do mesmo modo
agrupados, mas que também o ambiente modificara-se significativamente.
Encontrávamo-nos
em um grande átrio repleto de grupos de pessoas ou espíritos, e que
intrigantemente trajados, e em um relance de olhar percebi que parecia-nos
estar em uma espécie de evento internacional de uma época remota, muitos como
fidalgos, damas, e outros trajes de época menos ou mais refinados, de alguns
relembrando as festas em salões da realezas apenas sem as velas no local ou os
candelabros e castiçais, outros com seus fatos completos, coletes, cartolas e
tal um ambiente refinado, fino, (…) e foi quando a voz do Herculano tirou-me do
devaneio em que me encontrava, dizendo que como já chegáramos ele iria tomar
algumas providencias necessárias, e que Arago ficaria em nossa companhia, e com
elegante reverencia sumiu de nossas vistas, e uma música angelical fazia-se
ouvir como transmitida por invisíveis alto falantes pelo espaço.
O
irmão Arago meneando os cabelos de olhos fechados disse que aguardássemos que
logo chegariam os irmãos que mais estritamente estavam ligados aos nossos
últimos trabalhos na Terra, e foi o que logo após sua informação, que todos nós
experimentamos por minha ótica, inenarrável sensação de bocabertice, ante
nossos olhos começaram a aparecer, caminhando sorridentes encabeçando a turma
abrindo espaço entre as centenas de irmãos entretidos em grupo confabulando, e
é por isso que eu preciso estender-me nesta novela, nada mais nem menos que o
nosso diretor espiritual Dr. Bezerra de Menezes, impecavelmente trajado e sua
venerável presença com seus olhos azulinos brilhantes sobressaiam sobre a barba
esbranquiçada em seu afável rosto sorridente, (…) e eu relembrando toda a
última nossas encarnações levando-me a pensar em o que mais nos aguardava, já
que como vocês sabem em acordo ético milenar os espíritos não vasculham as
mentes dos outros a cata de informações nas colônias, só se estiverem abertos
entre si para tal em casos especiais, mas só os espíritos superiores tem acesso
a qualquer momento que quiserem por algum motivo necessário, temos por isso
privacidade relativa em nossos pensamentos íntimos, mas telepaticamente podemos
estabelecer comunicação entre nós tal como sendo um canal aberto tentamos o
contato, e se assimilado e aceito estabelece-se a comunicação entre os de nosso
nível e até diálogos entre encarnados também ou de plano a outro, é o psicapa[1]
conhecido na terra mas os encarnados não possuem esse sistema de proteção ética
mental, por isso o caso de facilmente serem envolvidos em obsessões.
Uma
senhora apareceu abraçando o Herculano pelas costas dando uma piscadela para
nós, era a Heloísa, sua filha, que depois o abraçou, beijou e fez o mesmo com
seu avô e seu pai, que estava entre eles todos felizes, (…).
Foi
quando soou no ar um som como o de um gongo metálico provocando silêncio geral,
mas sentimos as vibrações do som que se calava em nossos peitos e uma voz
fez-se ouvir dizendo que iria ser dado início as comemorações, mas eu não
notara nenhum palco ou tribuna, mas em um lado do enorme espaço quase todo
ocupado, uma luz clara como que gerada em um todo, sem que se pudesse avistar
holofotes, mas mantinha-se apenas naquele espaço, eu nunca vira nada igual que
me recorde, e na altura de uns cinco metros surgiu quatro irmãos dentre eles o Alexandre
Herculano, que em voz pausada que chegava a todos os lugares, por como
alto-falantes invisíveis, e cumprimentou à todos em nome do Pai e Jesus, e
disse que todos os presentes poderiam entender o que seria dito em suas línguas
e idiomas atuais, porque companheiros providenciariam isso, e que muitos dos
presentes estiveram ou estão ainda envolvidos nos episódios que originaram mais
esta comemoração em homenagens feitas a gloriosa nação da Pátria do Evangelho,
e que alegra Deus e Jesus abençoando a da Terra também, que por muito tempo foi
comemorada erroneamente a primeiro de maio, e que pela insistência do Plano
mudaram para a verdadeira sempre aqui comemorada igualar.
Ficou
em silêncio por algum tempo, em que eu pus-me a observar que eles não pisavam
em solo visível, era como se pairassem no ar, mas comportavam-se ao andar como
se pisassem de fato em um piso, foi quando como que materializou-se um jovem
apresentando vestimenta completa de um nobre da realeza, talvez algum rei,
pensei, não o conhecia, e o irmão Herculano foi ao seu encontro e beijou-lhe a
mão com reverência, voltando-se para a plateia anunciou que ali, mais esse ano
estava o maior responsável e incumbido por Jesus de tornar possível a
implantação de Seus ensinos Além-Mar, criando no espaço a conhecida Escola de
Sagres, o amado Infante D. Henrique.
A
emoção mais uma vez dominou-me, veja irmãozinho Marco, eu estou somente
referindo-me as minhas sensações e pensamentos, sem dúvida nenhuma sabia
passar-se o mesmo com todos, isso foi-me confirmado depois por todos vocês, mas
o simpático Infante levantando os braços cumprimentou-nos e disse que todos
soubessem, mais uma vez, diria que a terra escolhida já havia sido visitada
pelos missionários de Jesus, pelo bravo Dom Duarte Pacheco preparado desde mil
quatrocentos e noventa e quatro aportando anos depois nas terras hoje
Maranhense, e depois a justamente em mil e quinhentos, comemorando portanto
nesta data seus quinhentos e treze anos, e disse que muito tínhamos que
reverenciar os vultos que tornaram essas conquistas possíveis com muito trabalho,
sacrifício e amor, e que iriam vários desfilar sobre o reverbero daquele palco
diáfano, e que por suas dedicações tornaram tudo realidade para alegria de
Jesus junto ao Pai e sua própria satisfação, por completar aquela missão que
até hoje vai completando-se, disse que como percebêramos, todos ou a maioria
trajava-se da maneira como costumavam no tempo de suas atuações mais perenptoriamente
na formação do País, salvaguardando-se alguns dos presentes dentre os quais já
pensava enquadrar-nos por qualquer motivo, não sabia.
Colocou
as mãos sobre o peito e proferiu uma linda e sentida prece ao Pai em
agradecimento e Jesus, acompanhado de uma sinfonia maravilhosa, e após um tempo
de reflexão disse: Após a descoberta foram enviados como sabem muitos irmãos como
missionários! E a um gesto seu foram aparecendo, saídos de porta invisível,
parecendo materializarem-se ao sair em fila, todos trajando roupas como disse
da época Navegantes, fidalgos, padres, damas, e ao sair personagens cada um
sendo abraçado recebendo um mimo que não tínhamos condição de saber o que
seria, eu como ainda conservo o senso de curiosidade pensei o que seria, e
depois que aqueles foram desaparecendo aplaudidos por outra porta invisível
sumindo após de nossa intrigada vista, outros foram saindo sempre lentamente,
indo acercar-se ao sorridente Infante que os abraçava e dizia qualquer coisa
inaudível a nós e eu. Entre os vários sacerdotes quando abraçados pude
identificar Nóbrega e Anchieta entre os vários, e indicava a porta por onde
saíam, cobertos apenas por algumas penas um grupo de uns dez índios, entre os
quais destacava-se um alto e hercúleo, o bem conhecido Tibiriça outro tanto de
índias igualmente abraçadas pelo Infante e os demais e pelo Herculano, todos da
comissão também com seus mimos após eles outros grupos de fidalgos, damas e
negros e negras com vestimentas, elas vestidos e eles calças e camisas com seus
sorrisos, onde sobressaiam alvas dentições, todos calorosamente recebidos da
mesma maneira, e como os demais, seus feitos relatados e aplaudidos por todos
os assistentes muito atentos em silêncio.
Novos
grupos eram aguardados quando Herculano, irmãozinho (…) veja que estou
referindo-me nesta narrativa pelo primeiro nome, mas com todo o respeito e
deferência que merece, assim ele disse após um colóquio com o Infante que o
próprio iria tomar a palavra nesta homenagem, mais esta vez neste ano, o que
deduzi novamente que já houvera outros nos ditos dois séculos e meio que eu não
presenciara ou olvidara, mas conferiria isso logo-logo, ficamos no aguardo, o
Nobre Infante adiantou-se e começou a peroração.
Dizendo
que de fato todos esses irmãos que haviam sido justamente homenageados nesta
data, dia de muita importância ante os desígnios de Deus para implantação
definitiva da Nação Brasileira como Pátria do Evangelho de Jesus planificada no
espaço, e que Jesus lhe fornecera os missionários e condições para que ele e
seus assessores pudessem chegar às terras abençoadas, e que todos os que
tínhamos visto homenageados foram os que prepararam as condições para que
viessem os sucessores que dariam as condições de expandir e fazer o progresso
material e espiritual do país.
E que
isso já começara efetivamente a tomar corpo em 1786, preocupando os espanhóis e
portugueses, a revolução francesa atingindo o ápice e a grande responsável por
propiciar as futuras decisões foi a rainha Dona Maria primeira, e dizendo isso
apareceu uma grande imagem como escultura grande sobre a cabeça deles de uma
senhora, era a da mencionada rainha, e nos pareceu bonita e seria tal a
perfeição parecia até piscar e poder falar, ele continuou a falar depois de
mirar a aparição que se esvaia, ele continuou a falar que ela por suas
faculdades e a sua posição espiritual participava na época das reuniões no
espaço, e sabia antecipadamente acordada do que viria fatalmente ocorrer com o
desfecho espiritual de Napoleão por deixar-se envolver lamentavelmente com as
forças trevosas, e essas preocupações a desequilibraram psiquicamente de tal
maneira que passava a falar e agir de modo que a responsabilidade de seguir o
destino como regente do trono português e muito trabalho para salvar seu
império colonial com a Inglaterra e França em lutas com Bonaparte ensandecido
pelo poder punha os pés pelas mãos, culminando que como ela sabia por ordenar a
Junot que só lhe restava obedecer ordens que invadisse Portugal, e o que veio a
abreviar a ocupação pela corte com todos os escolhidos acrescido de outros
tantos temerosos mais qualificados, que embarcados em vinte e seis barcos com
tudo o que puderam levar saíram com o apoio naval inglês as pressas, isso em
novembro de 1807 mas dividiu-se as esquadras por uma tempestade, o que atrasou
por quatro meses para que Dom João chegasse ao seu real destino por aportar na
Bahia, mas por fim chegou ao destino aos 7 de março de 1808 ao Rio de Janeiro,
e dando início a programação de promover o Reino Unido a Portugal e Algarves
com todas as instituições, e começaram a aparecer aos nossos olhares vários
personagens sucedendo-se um após outro em poucos segundos, denominados cada
qual homens e mulheres dos que mais se destacaram na formação por eles do
Brasil como nação, passando pelo período de reino até sua volta ao local de
onde ele, Dom João saíra, a sua hoje irmãozinho sua acolhedora Lisboa, após quatorze
anos de profícuo trabalho na terra que de coração aprendera a amar, com uma certeza
íntima de que seria uma grande nação, indo cumprir com seus deveres e deixando
o filho e, daí a frente tudo já estava consumado ante os desígnios do Alto há
exatos cento e noventa e dois anos passados, e voltando ele com grande
aclamação de reconhecimento pelo povo em janeiro de 1822 para a pátria mãe,
para cá Portugal, ficamos todos sensibilizados pelo exposto e disse: Dessa
maneira como todos puderam ver ou rever alguns, todos vocês presentes hoje aqui
fizeram ou fazem parte ainda deste movimento para a cristianização pura desta
terra, e poderão reconhecer entre vocês pelo tempo que disponham alguns dos
antigos e atuais colaboradores para o grande trabalho de engrandecimento e pureza
do Evangelho de Jesus na homenageada Pátria do Evangelho, o Coração do Mundo,
engajados nesta luta temos contra as trevas irmãos queridos soldados guerreiros
a serviço das hostes fiéis ao Onipotente e irmãos os nossos corações enchem-se de
júbilo pelo que já todos vocês fizeram estão fazendo e farão ainda para
continuidade dessa batalha tantos nessa nação abençoada como pelo mundo a fora,
vejam que grandes espíritos missionários levaram as condições de Cultura e fazem
com que o progresso pudesse se fazer uma realidade até aqui, e pelo que está
reservado pela Vontade do Pai Eterno os dias vindouros trarão em todas as áreas
que possam tornar o país em verdadeira grande nação estão em curso, e dias
radiosos deverão atingir o nosso Brasil dando a todos vocês, e que virão
condições de poderem desenvolver com mais facilidades as vossas tarefas em
todas as situações, é o que importa-as para Deus sempre ligados ao desvelo de
Jesus orientando-os e protegendo-os com suas falanges amorosas e confiante em
todos.
Irmãos
nestes instantes que passaram, todos puderam ver desfilando ante nossos olhos e
ouvirem o que estes irmãos puderam fazer no passado lavrando, semeando e
preparando o solo no passado e ainda no presente reencarnados, e como vocês o
estão e estarão aproveitando para a continuidade da semeadura e a colheita pela
vossa dedicação será farta, temos certeza disso, todas essas facetas desta
comemoração estão carinhosamente gravadas e as que continuarão e agora
preparem-se para receberem a bênção de Deus que será espargida pelo escolhido
do Alto como protetor do País do Evangelho.
E
Marco Irmãozinho querido, depois destas palavras do glorioso Infante eu como
todos confirmaram depois, senti uma energia tão grande que levou-me a como
tiritar, enquanto as lágrimas rolavam pela minha e dos demais faces, eu
pensando que está seria a reação do referido espargimento, mas caiu-me o queixo
quando vi uma luz diferente envolver Dom Henrique e os demais ao seu lado
muitos dos quais você reconheceu e nomeou também antecipando-se, e uma forma
iluminada apareceu irradiando luz, e era o nosso Protetor de fato, Ismael, que
elevou-se pouco mais adiantando-se e, irmãos, confesso que até aquele momento
Ismael era para mim uma forma para pensarmos e repetir ser o protetor
espiritual do Brasil, e como Deus e Jesus inalcançável, mudou no ato a minha
consideração, e ele principiou dizendo
assim:
Irmãos
trago-vos as bênçãos de Deus todo-poderoso nosso Pai e de Jesus, o Mestre, que
confiam agradecidos pelos vossos esforços, todos vocês aqui presentes só os
estão por fazerem jus e méritos, sendo selecionados para essas missões no
decurso do tempo venceram os obstáculos, não esmoreceram, estando sempre
preparados para as lutas vindouras para a Gloria Divina, irmãos estaremos
sempre do vosso lado em qualquer momento e nos difíceis que se lhes surgirem
podem como fazem com pedidos aos vossos anjos da Guarda recorrerem também à nós,
que os socorreremos obedecendo a justiça de Deus, e sendo possível obterão
satisfatoriamente as solicitações porque vocês fazem parte dos trabalhos na
terra que somos os responsáveis perante o Pai recebam as bênçãos Dele e Jesus
agora e sempre.
Levantou
as mãos e baixou-as sobre a grande plateia, e raios de luz tristaram por todos
os lados, e eu senti como uma sensação de tranquilidade e paz tirando-me
daquela tremedeira involuntária, mas as lágrimas não interromperam o jorro pela
emoção e também após esses instantes sua figura diluiu-se no ar.
Foi
ai que mais um fato de relevante importância para nós todos ocorreu, todos os
que lá estavam sob nossos olhares algo mais nos emocionou, isso se houvesse
mais espaço para emoções, ao irem cumprimentar Herculano e Dom Henrique eles
ergueram os braços sobre si e eles, e Kardec que surgira ante eles ao lado de
Bezerra a um gesto de Herculano começou a transfigurar-se mudando o visual, e o
que aconteceu foi surgir no lugar do corpo do elegante Allan Kardec o nosso
Chico Xavier da maneira que o conhecemos com paletó, camisa, sem gravata como
sempre, e um boné de cor bege incomum, mais jovem que ao desencarnar, com seu
sorriso afável cumprimentou como se já não o fizera novamente os companheiros e
virando-se para a plateia acenou para todos os lugares e lados, e uma calorosa
salva de palmas partiu de todos nós e demais presentes.
O
irmão Herculano disse que estava encerrada as comemorações ao Brasil, e que o
acompanhássemos na prece que também foi linda e rápida, oferecida à Deus, Jesus,
e que abençoassem a todos nós e aos formadores, e depois dirigindo-se a nós
todos disse que poderíamos voltar aos grupos e os que pudessem ou quisessem
fossem aos jardins onde seriam servidos acepipes e bebidas ao gosto de cada um,
embora ainda todos estivessem muito sensibilizados com tudo o que haviam
testemunhado. Palmas e vivas encheram o espaço.
Em
um piscar de olhos nos vimos reunidos no iluminado espaço ajardinado,
transportados como todos sem aquela demora de sair-se após apresentação de um
espetáculo à procura das portas, (…).
Aproximando-se
o Inácio disse: (…) estava falando lá com eles que não vai faltar o belo vinho,
bebida que até Jesus providenciará quando faltara, e sempre o melhor, não é? Nós
nos rimos (…) concordou, e eu disse que depois de tudo que assistíramos eu
acharia até mesmo um vinho zurrapa como o melhor do mundo, e ao sermos servidos
gentilmente podemos ver que os acepipes referidos eram uma delícia ao paladar,
eles desfaziam-se na boca. Agrupamo-nos para melhor trocar nossas impressões,
foi quando vimos aproximar-se (…) Arago, Erasto Flammarion, Fernando, Augusto e
vieram alegres nos cumprimentar novamente, dizendo os três que teriam que
voltar aos seus compromissos, mas que nos preparássemos para recebermos outros
irmãos que queriam nos cumprimentar, aproveitando a ocasião, (…).
De
fato primeiro chega um elegante e sério homem, espírito sim, (…), eu não reconheci, foi Murtinho que nos disse
tratar-se de um grande missionário de Jesus que muito havia auxiliado Dom Pedro
com suas ações a expandir o país até o fim triste de sua existência, com mais
de 20 grandes empreendimentos que atingiram não só o Brasil mas ligações em
vários países até nos transportes daqui de Lisboa, e o que na encarnação no
Brasil foi conhecido como o grande Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de
Mauá, (…) e vimos que tinham vivas em suas memórias aquele aparente introspecto
cavaleiro, mas logo vimos que sorria afável e com uma semelhança fisionômica a
de Herculano, confirmada a impressão por vocês a ouvir-me, e a Modesta disse
que bonito mesmo era Dom Henrique, ao que acedeu sorrindo e piscando a Ivone (…),
e meus irmãozinhos embora espíritos somos humanos, (…).
E
nós que ouvíamos nos sentimos contentes com essas colocações e saboreando os quitutes
e o excelente vinho ouvimos o Inácio que erguendo para nós seu cálice, disse
que só faltava para ele como complemento a sua cadeira, a Mimi com a sua ninhada,
e seus cigarrinhos. Estávamos rindo quando chegaram-se a nós surpreendendo-nos
o Tibiriçá com todos os irmãos Villas-Bôas, Orlando, Cláudio, Leonardo e Álvaro.
Cumprimentaram-nos e disseram que iriam voltar para a Colônia brasileira onde
estavam em festa também a Aldeia e seus ocupantes e esperavam que também nós os
acompanhássemos. O Inácio desgarrou-se da conversa que entretinha ao lado e
veio alegre dizendo que mais esse prêmio não perderia nunca, e que por favor concordássemos,
e eu que como os outros não esperava por isso aguardei o que seria decidido, e
o Cláudio que ficara perto de nós enquanto Orlando e Tibiriçá cumprimentavam os
demais (…) disse que só aguardariam a chegada de Arago que nos iria conduzir. Incontinente
rumamos para a companhia dos outros que já sabiam.
(…) Ouvimos vozes dizendo “eles vem vindo, estão chegando”,
e com efeito eram o Arago, O Murtinho, o Seabra e a Heloísa que chegavam, e já
indo todos para despedirem-se (…), e irmão, despedida é sempre despedida, (…), depois nos despedimos e fomos ante os acenos de ambos
os grupos todos demonstrando muita alegria para perto do Arago. Unimo-nos e de
mãos dadas quando Arago levantou as mãos novamente e num novo piscar de olhos
já nos sentimos em solo firme, e ante meus olhos esbugalhados havia uma grande
quantidade de indígenas, todos pintados e emplumados que dançavam pisando o
solo em ritmo, intercalados homens e jovens índias abraçados pela cintura iam
para os lados em círculo a pouca distância, como a dança do kuarup. Um bando de
curumins, também misto, imitavam afastados os adultos, enquanto ficávamos
estáticos admirando o espetáculo, os Villas-Boas caminhavam até Tibiriçá que
abraçava um outro índio, que o Inácio disse-nos ser Caiubi e foi para junto
deles. Nisso um pequeno curumim veio correndo e pulou familiarmente no colo do
Inácio, atarracando-se ao seu pescoço e foi coberto de beijos, e o pequeno
dando gritinhos de felicidades, e a Modesta nos disse que aquele pequeno era
afilhado do Inácio, que acompanhara sua gestação deixando-me intrigado das
várias saídas deles vezes por outra, dizendo que iria ver os animais e
elementares, e isso era de seu feitio ir atrás de gatos e observar tudo que
podia no descanso.
A dança
continuava com tambores trompas enormes chocalhos e som dos pesados
instrumentos e os cantos. Atendemos o chamado de Tibiriçá e fomos em direção a
uma grande Óca que destacava-se em tamanho das demais, e Inácio com o pequeno
ainda atarracado em seu pescoço feliz. Arago então disse que voltaria a colônia
mas desejava muitas felicidades a todos, que Deus e Jesus derramassem suas
bênçãos sobre todos sempre, e por fim os tambores e todos pararam a música e os
índios dispersaram-se em ordem, os homens para um lado e as mulheres outro,
como duas fileiras, e vieram cercar-nos sorridentes e acanhados, como as
crianças caipiras simples.
Arago
com gestos abençoou a todos que se arrojaram ao solo, cujo gesto coletivo fez
com que os pequenos os imitassem e o pequeno soltasse do pescoço do Inácio,
também jogando-se junto aos outros pequenos. Arago despediu-se novamente de nós
e desapareceu no ar provocando um “U” prolongado de todos os índios, depois
seguiram até um lugar que estavam três padres Jesuítas, e falavam alguma coisa
apontando para nós.
Orlando
disse que quando saíra com o grupo a festa já começara na taba, e fomos nos
acomodar nos bancos. O Inácio mais familiarizado foi sentar-se em um tamborete,
e logo foi assediado por um casal ao qual abraçou e beijou, e a jovem pegou outros
dois tamboretes colocando-os próximos a ele, e puseram-se a conversar
gesticulando o casal. Eu só observava, e perguntei a Modesta onde estava a
Ivone e a Heloísa, ela disse que tinham saído apressadas porque a Heloísa
precisava voltar ao corpo na terra sem tempo para despedidas,
compreensivelmente, porque nós estávamos, como se diz, em casa mas também
tínhamos que voltar às nossas tarefas nos Ministérios.
Fomos
para junto de Tibiriçá que nos chamava e várias jovens já traziam cuias com
bebidas e travessas bem talhadas com alimentos, o banquete também ali tivera o
início. Também eu servir-me e para minha admiração vi que o líquido lembrava a
um saboroso licor que me fez muito bem. Fui chamando a atenção pelo Militão
para olhar para Oca maior, e logo vi o que ele queria mostrar, o Inácio estava
com um enorme cachimbo na boca junto a outros indígenas e soltava grandes
baforadas de fumaça, quando eu cheguei próximo ele sorrindo foi dizendo: “ei pessoal
vejam que maravilhoso, agora tudo está completo, lá na Europa eu lamentei a só
falta de uma palhinha, e aqui na nossa terra Brasilis, na sua origem, tenho
este cachimbo de Pajé cheio de erva, mas quem não tem cão caça com gato, como
dizem em Minas. Eta dia comprido, não é mesmo”? E pôs-se a rir e a tossir. “Epa,
olha que o fumo é forte hein! Eta ervinha brava seo! E riu-se e nós também. Em volta
era uma prosa só, com risos comilança e beberança. Estavam esses irmãozinhos
preparando-se para encarnações em aldeias na terra, supervisionados por
Tibiriçá e suas equipes, e até os Villas- Boas, para várias tribos que ainda
resistem nas florestas terrestre, que nem a quinhentos e treze anos atrás,
assemelhavam-se a esta beleza de mata que estes estão vivendo, mas nem mesmo as
nossas cidades na terra tem tanta beleza arquitetônica como as daqui do espaço,
as daí então heim?
Mas
queridos irmãozinhos extinguiu-se o tempo que me foi concedido para ocupar o
aparelho, ao qual somos imensamente gratos. Muitas coisas tive que omitir e
muito temos para relatar, mas fica para outra ocasião se Deus nos der a
permissão.
Que
Deus abençoe o Brasil querido, Jesus o ampare em sua missão e à todos vocês
irmãos queridos.
Fiquem
sempre em paz, um abraço à todos, deste sempre irmão
Augusto
Transcritor.
Prof. Dr. Marco A. Stanojev Pereira, Ph.D.
[1] Nas habilidades mentais estudadas pela Parapsicologia, estão incluídas dentro dos estudos o: “Psicapa” e
“Psiteta”. O primeiro tem a ver com todas as habilidades relacionadas ao mundo
físico, fisiológico e com o envolvimento da mente sobre a matéria, por exemplo
as habilidades de Psicocinesia e Telecinesia. O segundo caso (Psiteta) tem a ver
com a Clarividência. Nota do transcritor